22.4.13

Caravana Rabequeiros de Pernambuco itinera em turnê nacional

Juntos, Cláudio Rabeca, Maciel Salu, Renata Rosa e Mestre Luiz Paixão percorrem oito capitais 

Quatro dos mais ativos solistas da rabeca do País reúnem-se pela primeira vez e apresentam o espetáculo Caravana Rabequeiros de Pernambuco numa turnê nacional. No palco, Cláudio Rabeca, Maciel Salu, Renata Rosa e Mestre Luiz Paixão, - em suas idiossincráticas referências musicais - mostram a rabeca como protagonista de uma imersão sonora à cultura popular nordestina. No mês de maio, São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Fortaleza, Natal, João Pessoa e Recife receberão o encontro.

Numa ambiência polivalente, derivada da mistura entre as singularidades de cada um dos Rabequeiros e Músicos, é possível viajar pelo universo particular da rabeca e a sua relevância entre as matizes da música pernambucana. Marcante entre diversas gerações, a rabeca se desvela no show do tradicional som de Mestre Luiz Paixão ao ouvido “forasteiro” de Renata Rosa, entre solos, duetos ou com os quatro em cena ao mesmo tempo. O repertório, intercalado entre pontuações instrumentais e canções, traz um pouco das músicas dos quatro artistas e algumas surpresas conjuntas.

Na turnê, os rabequeiros são acompanhados na percussão por Gilú Amaral (Orquestra Contemporânea de Olinda) e Guga Amorim (Quarteto Olinda) e nas cordas por Rodrigo Samico (Saracotia) e Hugo Linns, que assina também a direção musical do espetáculo.
A ideia do projeto, patrocinado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), do Governo de Pernambuco, através do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), partiu de Cláudio Rabeca, realizador do disco Rabequeiros de Pernambuco, que compilou em 2011 o registro sonoro de 24 instrumentistas do Estado. A turnê Caravana Rabequeiros de Pernambuco, surge como continuidade para preservação e difusão da rabeca, neste contexto unida pelo talento dos quatro representantes de trabalhos consistentes, com discos gravados e ótima aceitação de crítica e público.


BAGAGEM - Rabequeiro, cantor e compositor, Maciel Salu mescla originalidade e referências dos mestres da cultura pernambucana. Além de participações em grupos como Orquestra Santa Massa e Orquestra Contemporânea de Olinda, Maciel Salu lançou em carreira solo três álbuns: A Pisada é Assim (2003), Na Luz do Carbureto (2007) e Mundo (2010), que quebra rótulos e traz roupagem contemporânea.

Músico desde 1999, Cláudio Rabeca, leva na assinatura o encanto por instrumentos de cordas como Rabeca, Viola de 10 cordas, Violão e Guitarra e também percussão popular. Toca no Cavalo Marinho Estrela de Ouro, Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife e é rabequeiro da banda Quarteto Olinda. Além de trilhas sonoras, gravações de DVD e CDs em parceria com artistas nacionais e internacionais, lançou seu disco solo Luz do Baião e o álbum duplo Rabequeiros de Pernambuco.

Flertando entre cantar, compor e tocar rabeca, Renata Rosa, conquistou respaldo com seu disco de estreia Zunido da Mata, premiado internacionalmente (CHOC DE L’ANNÉE 2004 — prêmio máximo da crítica francesa, dado pelo Le Monde de la Musique, além dos prêmios COUP DE COUER, BRAVO! 5 ÉTOILES). Lançou a obra do rabequeiro Luiz Paixão na trilha sonora da minissérie televisiva A Pedra do Reino, de Luiz Fernando Carvalho, e, entre outros feitos, chega amadurecida com um novo fruto, o CD Manto dos Sonhos (produzido por Antonio Pinto), com o qual recebeu o PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA 2009 – MELHOR CANTORA REGIONAL. Seu trabalho é caracterizado pelo cruzamento de elementos do coco, do cavalo-marinho, da ciranda, dos xangôs, de ritmos indígenas, da música moura e ibérica não necessariamente “modernizados” ou tornados “mais eruditos”, mas desenvolvidos e desdobrados a partir de suas próprias estruturas essenciais.

Mestre Luiz Paixão é um baluarte da cultura pernambucana, nascido no engenho Palmeira, em Aliança (Zona da Mata Norte, PE). Neto, sobrinho e primo de ilustres rabequeiros, iniciou seu aprendizado aos oito anos. A convivência intensa com a rabeca veio desde cedo, principalmente pela proximidade com o avô Manoel Alves, que o ensinou as escalas e os movimentos. Seu Luis Paixão, referência musical da Zona da Mata Norte, expande o conhecimento da rabeca em seu ambiente caloroso da música popular de rua para além de suas fronteiras tradicionais. Na sua trajetória, vem tomando parte em diversos projetos contemporâneos com participações em encontros de rabequeiros nacionais, além de transitar também pelo universo da música instrumental, com destaque para a sua colaboração junto ao violinista francês Nicolas Krassik.


Nenhum comentário:

Postar um comentário